terça-feira, 22 de setembro de 2015

Gostava mesmo que me explicassem

Tenho que começar por dizer que sou a favor da utilização de todas as tecnologias que possam ajudar os árbitros a decidir. Se o desporto é uma forma de competição, em que se tenta ver quem é o melhor, faz-me confusão que não se use tudo aquilo que se pode para maximizar a probabilidade de o melhor em cada jogo ganhá-lo. Dizer que o erros dos árbitros fazem parte dos jogos é subverter completamente o espírito de um jogo de futebol, que é sobre as equipas que o jogam. A presença do árbitro é um mal necessário e ninguém vê (ou é suposto ver) um jogo porque quer seguir a prestação do árbitro.

Mas percebo que tecnologias como o vídeo-árbitro ou um sensor que detete foras-de-jogo não sejam muito fáceis de introduzir, não só porque podem mudar muito a dinâmica de um jogo, como também porque podem implicar custos elevados. Acho que vão acabar por ser introduzidos e espero que isso não demore muito a acontecer, mas posso perceber que haja argumentos que expliquem porque é que ainda não aconteceu.

Só que sinceramente não consigo perceber porque é que ainda não se introduziu uma regra que, para mim, é óbvia e que representa uma mudança com a qual todos devem concordar: a cronometragem. Corrijam-me se estiver enganado, mas acho que em todos os desportos com tempo definido, menos no rugby (e mesmo nesse, o jogo não pára muito e os descontos de tempo estão bem definidos), joga-se exatamente o tempo que está definido e para isso até se poderia usar uma aplicação que todos os telemóveis têm, um cronómetro. Os custos de introdução são ridiculamente baixos e os benefícios, para mim, são enormes: diminui-se o incentivo para a perda de tempo (não desaparece, porque ainda pode interessar cortar o ritmo de jogo) e joga-se o tempo que é suposto e não o tempo que a equipa que está mais interessada no resultado deixa que se jogue. Ou seja, torna-se o futebol mais capaz de premiar quem mostra ser melhor no desporto e não quem mostra ser mais desonesto.

Claro que a duração do jogo não pode ser 90 minutos, porque já percebemos que os jogadores não aguentam tanto tempo de jogo útil. Mas é estudar um tempo razoável (a minha aposta é 60 minutos) e torná-lo regra. Depois, sempre que o árbitro apita para marcar uma falta ou a bola sai de campo, o responsável pela cronometragem pára o relógio e só o reativa quando o jogo recomeçar. Não pode ser muito diferente do que se passa no futsal, por exemplo.

Mais escandaloso do que esta mudança ainda não ter acontecido é nem sequer se ouvir falar dessa possibilidade. Alguém me pode explicar porquê?


3 comentários:

  1. se os donos da bola não estão dispostos a fazer alterações significativas mas com pouco impacto na forma como o jogo é jogado, não acredito que sequer equacionem uma medida que alteraria de forma tão dramática a forma como o jogo é disputado

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  2. Interesses... interesses e interesses. é a resposta.

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  3. Poucos jogos de futebol têm mais de 45-50 minutos de bola corrida.

    Há muito que defendo isto.

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